Coleção da Seção de Anatomia Patológica (CSAP)

Remonta aos avanços científicos na saúde pública e no diagnóstico das principais doenças infecciosas da época: varíola, peste bubônica e febre amarela. O acervo de 863 peças anatômicas é formado a partir de autópsias em cadáveres nos hospitais de isolamento durante as campanhas sanitárias no início do século XX e estudos científicos no Instituto Oswaldo Cruz. As peças representativas foram preservadas no Museu de Anatomia Patológica, atual Museu da Patologia.

Coleção da Seção de Anatomia Patologica

Felipe Nery Guimarães em visita ao Museu de Anatomia Patológica cerca de 1940-1950.
Fonte: Acervo da Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz

História da CSAP

A Coleção da Seção de Anatomia Patológica (CSAP) surgiu em resposta às ações tomadas por Oswaldo Cruz em 1903, quando assumiu a Diretoria Geral da Saúde Pública e enfrentou uma grave crise sanitária na capital federal, o Rio de Janeiro. Na época, a varíola seria erradicada por meio da vacinação, a peste bubônica pelo extermínio dos ratos, seu principal transmissor, e a febre amarela pelo controle da proliferação de mosquitos e a disseminação de casos esporádicos.

A organização da CSAP ocorreu no mesmo ano e correspondia aos estudos desenvolvidos por Henrique Rocha Lima, na Alemanha, médico que se especializou na anatomia patológica da infecção amarílica. Nesta época, todo o material examinado era procedente das dezenas de autópsias ocorridas no Hospital de Isolamento São Sebastião, procedimento estabelecido em todos os pacientes diagnosticados por uma das doenças infecciosas.

A histopatologia em conjunto com a clínica médica foram fundamentais para a prática médica, no qual destaca-se a identificação de novas doenças e a formação de patologistas renomados como Gaspar Vianna, Magarinos Torres, Carlos Chagas, Henrique Lenzi corroboram para importância da formação da CSAP que atuava como apoio à pesquisa e tornou possível a preservação material de acervos que testemunham os avanços científicos da saúde pública brasileira.

No período compreendido entre o final da década de 1960 e a década de 1970, a CSAP, bem como as coleções científicas do Instituto, atravessa grave crise que resultou em perda e dispersão. A partir de 2006 foi elaborado um planejamento estratégico voltado para a recuperação do passivo histórico, pesquisa e difusão da coleções histopatológicas sob a sua guarda.

O Museu da Patologia do Instituto Oswaldo Cruz preserva o acervo de peças anatômicas e de lâminas histológicas da CSAP como testemunha ocular da história e das contribuições da Patologia de Manguinhos para a ciência nacional e internacional

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